sábado, 24 de outubro de 2009

Relato de Viagem 04: Nas Curvas da Estrada da Morte

Rota: Belo Horizonte (MG) x João Monlevade (MG)
Empresa: Gontijo
Carro: 5800 (Busscar Jum Buss 360 – Volvo B12B)

A BR-381 no trecho entre BH e Monlevade é bem diferente do trecho q a grande maioria das pessoas conhece, q seria entre São Paulo e Belo Horizonte, nesse trecho que começa em BH e tem destino o Estado do Espírito Santo, ela ainda não foi privatizada, não é duplicada, tem um asfalto muito ruim, com muitos buracos, trechos de serra com subidas e descidas íngremes, muitas curvas e um tráfego intenso de caminhões pesados e ônibus, com tudo isso, o trecho da BR-381 entre Belo Horizonte e João Monlevade é conhecido como “Rodovia da Morte”.

Ponto de Partida: Belo Horizonte
A capital mineira é uma cidade muito aconchegante, apesar
de ter o tamanho e a população de uma capital das mais importantes do país, tem um ar de interior, e um povo muito receptivo. Outro ponte forte de Belo Horizonte é a gastronomia, em quase todos os pontos da cidade se consegue comer bem, a típica e saborosa comida mineira, vale destacar o Mercado Municipal, onde pode se comprar de tudo, almoçar um bom feijão tropeiro e saborear os queijos e doces mineiros.

Uma ótima cidade, com uma infra-estrutura muito boa, q ajuda tanto o morador de lá quanto o turista, mais sem perder o clima típico de calmaria das Minas Gerais, essa é a Belo Horizonte, nosso ponto de partida.


A viagem:
Nosso horário sairia de Belo Horizonte as 12:15, e saiu exatamente no horário. O carro da Gontijo q nos levou tinha ar-condicionado, 46 lugares com ótima reclinação, e o potente chassi Volvo B12B, na minha opinião um baita carro pra uma linha curta (120km).

Saímos da rodoviária de BH e já pegamos o anel viário e Av. Cristiano Machado, deixando o centro de BH pra trás.


Seguindo pela Cristiano Machado, passando pelo Minas Shopping, e pegando a alça de acesso para a BR-381 veio o primeiro contratempo, na alça o transito estava todo parado, e andando muito devagar, nesse tempo perdemos lá parados pelo menos 20 minutos, e talvez nessa parte encontramos o trecho mais feio do trajeto, nesse trecho há muitos barracos na beira da pista e muitos desses acabam invadindo um pedaço da pista, tornando a passagem por ali um pouco perigosa. Passamos e alcançamos a BR-381, ainda no perímetro urbano de BH, e nesse trecho já há um tráfego intenso de caminhões em ambos os sentidos.


Com mais uns 20 minutos de viagem, começa a subida da Serra do Cipó, e ali a estrada começa a ficar perigosa, muitas curvas fechadas e subidas íngremes, porém o 5800 da Gontijo se comportou muito bem, subindo com muita leveza e sem perder embalo. A visão do topo da
serra é surpreendente, tudo muito verde, até onde se consegue enxergar, muitos vales e muitos morros, talvez a parte mais assustadora seja os caminhões em sentido oposto, q são muitos e passam muito rápido, além da pista ser simples, sem acostamento, e com muitos buracos, onde muitas vezes o carro que estávamos precisou desviar de alguns e com isso acabava invadindo a pista contrária, e é acompanhando esse cenário é que subimos a serra e saindo de BH, a próxima cidade é Caeté, ainda pertencente a região metropolitana, e também pertencente ao circuito da Estrada Real.

O trevo de acesso a Caeté, tem uma imagem curiosa: Fica em uma curva bem fechada, e com um pequeno canteiro central, e nesse canteiro estão fincadas pelo menos 30 cruzes de madeira, devido a um acidente com um ônibus que teve por lá a um tempo atrás.


Passando a cidade de Caeté, continuamos tendo a serra como companhia, e também o tráfego intenso, com mais uns kms, estamos saindo da Grande BH, e chegando próximo ao município de Barão de Cocais, e no trevo de acesso também temos acesso para o município de Santa Bárbara, nesse trecho a paisagem muda, já não temos mais tantas subidas, porém a rodovia continua com pista simples, sem acostamento, curvas e tráfego intenso. Barão de Cocais ainda pertence ao circuito da Estrada Real, porém a próxima cidade, chamada Rio Piracicaba, está entre o Circuito da Estrada Real, e o Vale do Aço, região onde está nosso destino final, a cidade de João Monlevade.


Passando por Rio Piracicaba, a paisagem muda, voltamos a subir serras, e além de tudo que já foi citado, agora temos na beira da rodovia campos de extração de minérios, isso mostra que estamos entrando na região do Vale do Aço, que é uma região que vive basicamente da extração de Minérios, e tem como municípios mais conhecidos: João Monlevade, Ipatinga, Coronel Fabriciano, e Governador Valadares.


A viagem estava chegando ao fim, com um trecho de subida de serra saímos do perímetro de Rio Piracicaba e entramos no perímetro de João Monlevade, com duas horas completas de percurso, e já podemos avistar uma parte da cidade, com duas horas e quinze minutos de percurso, o nosso carro adentra na rodoviária de João Monlevade, que fica as margens da BR-381, no km. 459, ao lado de um posto que serve como apoio para as linhas com destino as cidades de Ipatinga e Governador Valadares, e ao estado do Espírito Santo.


Destino final: João Monlevade
Cidade encravada entre morros, João Monlevade vive basicamente da extração de Minério de Ferro, onde temos na cidade a CSBM: Companhia Siderúrgica Belgo Mineira, a fábrica fica no alto de um morro e pode ser avistada de praticamente toda a cidade, e também um grande tráfego ferroviário na cidade devido aos trens de carga que carregam minérios. Uma cidade com muito verde, muita natureza, e uma boa infra-estrutura, João Monlevade ainda conta com algumas universidades, e com isso a cidade conta com uma boa população jovem, e também com grande parte da população sendo funcionária da CSBM.

Texto e Fotos: Tiago de Grande / Portal InterBuss